quarta-feira, 13 de abril de 2016

A História do Cristo Redentor


Recentemente, o Brasil conquistou o privilégio de abrigar uma das sete maravilhas do mundo contemporâneo com a eleição que indicou o Cristo Redentor. Esse conhecido cartão postal foi concebido há mais de setenta e cinco anos e marca uma interessante época de nossa história. De fato, a ideia de se construir um Cristo na capital do país (na época, Rio de Janeiro) já era conhecida desde o século XIX, quando o padre Pierre-Marie Bos fez a sugestão para a princesa Isabel.

O projeto só veio a retomar fôlego no começo da década de 1920, quando as comemorações pelo centenário da independência brasileira se aproximavam. Após a realização de uma grande assembleia, o morro do Corcovado foi definitivamente escolhido para abrigar a suntuosa imagem sacra. Depois disso, um grande abaixo-assinado conseguiu fazer com que o presidente Epitácio Pessoa liberasse o início das obras.

O custo desse empreendimento, em valores atuais, foi de aproximadamente nove milhões de reais. Através de intensas campanhas de arrecadação, um dos mais conhecidos pontos turísticos do mundo foi ganhando forma. Além da contribuição financeira, devemos também destacar que a execução do Cristo Redentor também contou com o esforço de vários trabalhadores voluntários e projetistas entusiasmados com esta grande realização.




Um primeiro projeto, concebido pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, imaginava a construção de um Cristo carregando uma cruz e portando um globo em uma de suas mãos. Contudo, a ideia de se fazer o messias com seus braços abertos, concebida por Carlos Oswald, foi aprovada pela população carioca. Depois disso, a força de trabalho de vários homens foi empregada, sendo que nenhum acidente ou morte foi registrado durante a construção.


Após a concepção de todos os moldes de gesso, a estrutura feita foi executada a partir do uso de concreto sobre tela de aço. A pedra-sabão reveste toda a parte externa do Cristo, já que o material – mesmo sendo extremamente frágil – consegue resistir às intempéries provocadas pela variação do tempo e da temperatura. Os moldes foram encomendados ao escultor francês Maxmillien Paul Landowski, que concebeu cada uma das partes da estátua na Europa.

Para transportar todo aquele material, os construtores reuniam todas as peças na Igreja de Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado. Para chegar ao Corcovado, as placas de gesso eram transportadas pelos vagões do trem que cortava a Estrada de Ferro do Corcovado, construída em 1884, e pioneiramente movida através da utilização da energia elétrica. O mosaico de pedra-sabão colocado na superfície foi resultado do trabalho de várias donas de casa que talhavam pequenas peças de formato triangular.

De forma um tanto irônica, a obra do Cristo Redentor não foi inaugurada pelas autoridades oligárquicas que predominavam no período da concepção do projeto. No dia 12 de outubro de 1931, o líder da Revolução de 1930, Getúlio Dornelles Vargas, acionou o sistema de iluminação inaugural. Inicialmente, a intenção era acionar as luzes por meio de um sistema telegráfico sem fio, mas o mau tempo não permitiu que tal ideia fosse colocada em prática.

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